Costumamos ficar tristes quando nos deparamos com alguma perda, de alguma pessoa significativa ou também de algo que gostamos ou queríamos muito. Por exemplo, podemos ficar tristes quando não conseguimos uma vaga de emprego, ou quando perdemos a amizade de uma pessoa querida. Nesses momentos é muito comum que as pessoas queiram evitar esse sentimento de tristeza e seguir adiante, acreditando que a tristeza não traz nada de bom.
Porém, nesses casos, a tristeza é extremamente adaptativa, e é preciso entrar em contato com ela para que possamos vivenciar o processo de luto do que perdemos. Só assim podemos retirar nosso afeto do que foi perdido para poder investir novamente em um relacionamento ou oportunidade que possa nos trazer retorno.
Um exemplo fácil de visualizar um desses casos é quando alguém perde uma pessoa ou uma posição de destaque em um trabalho, por exemplo, e passam a se sentir extremamente amarguradas e rancorosas.
Nesse caso, a pessoa pode não ter se permitido vivenciar esse processo de luto. O sentimento, segundo Greenberg, pode se expressar como forma de sentimento secundário, ou seja, ser expressado como raiva ou irritação. Muitas vezes essas pessoas têm dificuldades em investir em novas amizades, relacionamentos, empregos e passam muito tempo culpando os outros pelas coisas que acontecem. Dessa forma, seria extremamente importante poder vivenciar esse luto, deixar ir e poder se voltar a coisas que ainda são possíveis de serem conquistadas.
Esse sentimento preso também pode se transformar em depressão. Expressar a tristeza também pode provocar empatia nas pessoas ao seu redor e isso pode ajudá-lo a suprir algumas dessas necessidades deixadas em aberto. Quando isso não é expressado, também é perdida a oportunidade de receber esse apoio social.
Portanto, se você está passando por alguma perda, se permita sentir essa tristeza. Juntamente, busque apoio social e novas fontes para investir sua energia. E se você já está se vendo preso nesse sentimento, a psicoterapia pode ser uma forma muito interessante de poder trabalhar todo esse sentimento represado dentro de você.
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Referências: Greenberg, L. (2006) Emotion Focused Therapy for Depression. APA: Washington.
Foto: Jack Moreh
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