Que pensamentos atrapalham sua dieta?

Se pensar em iniciar sua dieta na segunda feira já provoca calafrios você pode estar fazendo isso errado. Reconheça os sinais corporais querendo dizer que há algo de errado com essa dieta e a adapte de acordo com necessidades físicas e psicológicas. Flexibilizar permite escolher de forma mais consciente cada refeição tornando esperado a alternância entre opções mais e menos prazeirosas de acordo com o momento.

Judith Beck desenvolveu um protocolo de terapia cognitivo comportamental para dietas que está disponível na íntegra no livro “Pense magro”. Ele foi criado com o objetivo de identificar pensamentos automáticos, sentimentos e comportamentos que possuem interferência negativa nas dietas e propõe formas de modificar os pensamentos que originam padrões disfuncionais.

Alguns pontos interessantes da proposta da autora:

  • Estratégias oscilantes em extremos – hora muito rígidas ou muito liberais

“Não posso comer nada que eu goste”

“Qualquer alimento não permitido arruinará o resultado”

O objetivo da fase de rigidez é não permitir deslizes para atingir rapidamente o resultado pretendido. Na prática, devido a grande exigência, qualquer deslize é considerado uma falha e provoca sensações de frustração/desânimo e consequentemente os pensamentos a seguir:

“Não sei me controlar”

“Dieta é muito difícil”

“Já arruinei tudo, vou aproveitar e comer tudo que não estava comendo antes”

Longe do objetivo inicial o resultado obtido é o efeito sanfona provocado por fases de extrema restrição ou completo descontrole aliados a sensação de fracasso e baixa auto estima.

Se a dieta fica muito extrema, um pequeno desvio é considerado fracasso. E estando há tempos em privação de alimentos prazeirosos, o fracasso potencializa comer como evitação de sentimentos desconfortáveis.

A melhor estratégia costuma ser o equilíbrio partindo da auto imagem, qual é o objetivo pra além da dieta? A dieta estará atrelada a qual estilo de vida? Que metas são prioritárias? Elas conflitam com uma dieta restritiva?

Há uma quantidade limitada de energia corporal a ser utilizada durante um dia antes da exaustão, ela precisará ser dividida entre as metas prioritárias como trabalho, amigos, lazer, filhos. Quanto mais energia qualquer uma destas exigir, automaticamente será retirada de outra. Isso significa que investir muito na dieta implica abrir mão de tempo e energia para outras coisas.

Então, a dieta sendo prioridade absoluta poderá ser mantida através de uma estratégia bastante rígida. Caso não seja ela precisará se adequar à uma estratégia que consuma menos recursos. Como:

  • Identifique metas realistas: na vida real ninguém é da mesma forma que depois do Photoshop, saia na rua e veja isso.
  • Concilie a dieta com exercícios físicos: o exercício ajuda a gastar calorias, diminuir ansiedade e aumentar motivação. A dica é iniciar algum tipo de exercício que seja prazeiroso também, identifique algum esporte, dança, grupo de corrida que goste. Assim o exercício entra também no estilo de vida que pretende desenvolver e passa a ser associado com um significado recompensador.
  • Preste atenção no que come: isso se chama mindful eating, é o ato de parar e sentir o gosto, cheiro e sabor da comida, assim a comida prazeirosa fica mais prazeirosa com menos quantidade e a comida não tão prazeirosa pode se tornar mais interessante.
  • Estabeleça uma dieta a longo prazo: a dieta precisa incluir alimentos que goste e permitir frequentar restaurantes, reuniões sociais, festas. Não será possível excluir esses itens da vida toda.
  • Crie cartões com as maiores vantagens que irá obter com a dieta: utilize eles sempre que precisar de uma dose extra de motivação.
  • Saiu da dieta? Se ela for flexível terá contemplado essas possibilidades e será possível retornar a ela logo depois.

Ainda não se convenceu? Identifique a quanto tempo está procrastinando o início da dieta. Também identifique quais foram os resultados das estratégias empregadas até agora.

Só há uma forma de obter resultados diferentes dos atuais, com estratégias novas.

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Referências: Beck, J. (2009). Pense Magro: a dieta definitiva de Beck. Porto Alegre: Artmed.

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