Perto mas tão distante – a estratégia de entrar na defensiva

Entrar na defensiva. A expressão reflete um comportamento odiado pela maioria e reconhecido por poucos. Saiba que mesmo sem admitir você pode estar entrando na defensiva com bastante frequência.

Primeiro é necessário definir o que eu quero dizer com entrar na defensiva, nesse texto eu vou utilizar a expressão para refletir o comportamento de se defender atacando. Para entender melhor é possível imaginar um animal que está encurralado por um rival mais forte. O que se vê é um comportamento agressivo, os dentes para fora e as garras à mostra, mas se for possível olhar um pouco além se verá todo o medo que desesperadamente tenta mascarar.

Por mais que os seres humanos tenham se desenvolvido muito, ainda somos animais. Os conflitos experienciados por humanos são diferentes de outros animais, porém suas reações seguem um padrão bastante semelhante em muitas situações. Entrar na defensiva aparece em situações de medo, de falta de uma saída satisfatória. É quando os humanos atacam para que ninguém (nem eles mesmos) percebam todo o medo que estão sentindo.

Agredir o outro gera uma sensação imediata de superioridade, sensação viciante principalmente para quem sofre com insegurança e baixa auto estima. É um Fast Confiança disponível a um grito de distância. Mas vocês sabem que tem um mas nessa história. O mas nesse caso é de que isso não funciona nem um pouco a longo prazo. A auto estima volta a baixar rapidamente, o medo volta a aparecer logo no próximo conflito e o problema nunca se resolve, só vai sendo deixado de lado depois de alguns rompantes de agressividade.

Muitas coisas que eu falo nos textos soam bastante clichê, e são mesmo, para algo virar clichê é porque possui algo de útil não é? Então aqui vai mais um. A defensiva cria um respeito por medo, quando o medo passar o respeito vai também. Se torna necessário atacar cada vez com mais intensidade para manter o outro com medo caso contrário essa sensação de superioridade vai se perdendo. É uma pressão absurda precisar manter tudo sob controle, sempre demonstrar superioridade para poder sentir confiança.

A alternativa é inicialmente desafiadora porém traz uma boa estabilidade a longo prazo:

Solidificar a sensação de confiança em opções mais estáveis como o respeito próprio, respeito mútuo, troca de ideias, reconhecimento de si e dos outros. Assim quando um item faltar, a segurança ainda se mantém firme.

Ok, como fazer isso na prática?

  • Comece observando as pessoas e situações: observe qual é a reação que seu comportamento gera nas pessoas ao redor, a curto e longo prazo.
  • Identifique qual é seu objetivo: relaxar no fim do dia, ter um bom relacionamento com cônjuge, obter mais resultados positivos no trabalho, poder relaxar mais…
  • Que estratégia é mais eficiente para atingir esse objetivo: quando o foco é não se sentir rebaixado o real objetivo muitas vezes se perde. Mantendo o verdadeiro objetivo em mente, qual é a melhor estratégia?
  • Seja assertivo: valorize suas necessidades, diga o que quer e respeite as necessidades dos demais.
  • Implemente a estratégia aos poucos: não há como querer mudar de um dia para o outro. Defina planos realistas de mudança. A estratégia defensiva é provocada por medo, se jogar completamente faz o medo tomar conta e a defensiva volta imediatamente. Escolha metas desafiadoras em um nível suportável
  • Não espere que todos os objetivos deem certo: avalie resultados e tente novamente

Na minha experiência, o assertivo ao invés do defensivo consegue muito mais o que quer, mantém relações melhores e sente muito menos pressão. Por mais que a estratégia implique bastante desafios, depois de um tempo ela se torna algo natural e as recompensas são motivadoras.

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